sexta-feira, dezembro 30, 2005

Porquê?????

Porque sorrio eu com este sorriso tonto???

Se mo perguntas tenho compaixão por ti, porque não percebes que tenho tudo, tenho os rumos, os sentidos, o entendimento de um Tudo.


Chamas-me tola romântica?

És pobre! Respondo-te. E eu sou rica porque recebo os espíritos varridos pelos ventos, porque eles me trazem os cheiros e os toques de outras vidas, de outras almas.

Porque canto?

Porque tenho uma voz que é ouvida e atendida. Porque posso! Tu podes? Consegues?

Porque choro??

As minhas lágrimas banham o meu riso para que ele não me seque nos lábios.
Quando foi a última vez que choraste extravasando carinho????

Porque me considero sortuda? Tenho um corpo que me obedece, uma cabeça que fomenta perguntas e tenta soluções, um espírito que me empurra para a frente, um mundo de sentimentos partilhados com os que não me abandonam… E PORQUE SINTO TUDO ISTO COMO UMA VERDADE ABSOLUTA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
TU SENTES?

Vem juntar-te aos tolos românticos que sorriem, choram e cantam para o vento.

terça-feira, dezembro 27, 2005

Contabilidade...o início.


Tenho, nestes últimos dias contabilizado os acontecimentos de 2005. É um exercício que repito todos os finais de ano, com a finalidade de, através de uma instrospecção, analizar as falhas cometidas para que não as repita, e recordar as coisas boas, para que se repitam sempre.
Ainda não vou revelar as minhas conclusões, até porque ainda nada concluí, mas posso afirmar que deposito muita esperança no 2006 vindouro. O número, em si, aparenta-se-me bonito, e se somar o 2 e o 6, dá 8, que é um número que me agrada, pois revela trabalho e realização de objectivos... Nada mais avanço por agora.
... Dentro da minha caixinha, as pedras da lua iniciam um brilho nunca antes visto. Acho que o meu Peregrino me sorri...

sábado, dezembro 24, 2005

Feliz Natal


A quadra natalícia marca-me sempre de uma forma especial, talvez porque seja uma criançona fantasiosa. Mas, na realidade, todos estamos mais abertos ao abraço, ao carinho e aos bons desejos. E quem não gosta de um carinho, de um abraço sentido?
Todos manifestamos carência de abraços e de expressão de sentimentos genuínos, mas tenho pena que nos lembremos apenas nesta época... bom, é melhor do que nunca!!!
Gostaria de poder extravazar o que sinto, mas hoje não consigo sem me comover. Nos últimos dias tive uma Mega-Dose de carinho.
Um Feliz Natal para o mundo!!! Eu ainda acredito no Pai Natal...

segunda-feira, dezembro 19, 2005

S.Pedro pelo Pedro


Esta é a mesma praia, mas detrás de um outro olho, que sabe o que faz com uma máquina fotográfica... (obrigada Pedro doidão!), e a de baixo foi tirada por esta vossa anfitriã (que nada percebe de fotografia)...
Ambas significam muito, porque a outra marca um momento, e esta marca uma partilha de carinho de um Lindo Jorge que me dedica musicas e pores de sol...
Para ti também TT, que me contas sempre as novidades da tua praia favorita.
E a Praia de S.Pedro que tanto me traz com estes grandes senhores que tanto me dedicam...
Sou mesmo uma sortuda!!!!

sábado, dezembro 17, 2005

S.Pedro por mim



Tostada pelo Sol de Dezembro... aquela maravilhosa Pizza de Gambas, esta excelente vista e a melhor companhia de todas... a companhia do coração aberto, do carinho, do bom humor e óptima disposição. Os cães que passam, os surfistas lá bem longe, as histórias do jardineiro que tem nome esquisito de asa delta...
A Praia de São Pedro preenche-me a recordação de mais dias langorosos ao som do MP3.
... Uma sensação de pertença.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Posso perder-me

Posso perder-me vezes sem fim, e nunca compreender que isso aconteceu, e voltar a encontrar-me como se nunca me tivesse perdido.

No entanto, o que mais me custa na minha vivência, é a sensação falsa de constante permanência. Eu sei que é uma falácia, que tudo o que me rodeia impermanece, contudo aparenta-se estagnado.

Reparo que, não obstante, tudo se movimenta num incessante turbilhão de energias que não são passiveis de controle. Que os Senhores da Luz me permitam continuar a reparar em tudo o que impermanece com o olhar dos que descobrem algo sempre novo e que vale realmente a pena descobrir.
Redundo em mencionar os mesmos assuntos, mas este é o meu papel aqui: reparar e inspirar o que descubro...

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Determinação

Os dedos tocaram-se com o toque indelével dos inseguros.
O cabelo moveu-se com a brisa das palavras sussurradas ao ouvido.
Um sorriso aflora-lhe os lábios e revelam-se dentes alvos.
Ela ergue os olhos sorridentes, atira o cabelo para trás e em meia volta afasta-se com passos confiantes porque sabe que ele voltará a procurá-la, nem que seja para sentir uma vez mais o que ficou prometido nas palavras que não foram ditas...
A voz que se pendura no ombro esquerdo sibila : -" e se ele não vier?"
A voz pendurada no ombro direito responde : - " jamais saberá o que perdeu!!!"
Enquanto as vozes se perdem neste frente a frente, ela continua a caminhar ao compasso da sua determinação, confiante de que os pequenos prazeres não são questionáveis.
Deixá-las falar!!!

quinta-feira, dezembro 08, 2005

A ponte


Comecei a manhã como já não fazia desde que o verão terminou, equipei-me e saí para correr.
O dia tinha amanhecido frio, mas solarengo e sem nuvens, e o rio avistava-se no seu todo até à outra margem, com a ponte ao fundo como que emoldurando a linha do horizonte.
Corri sozinha com o asfalto ao longo da orla ribeirinha, ouvindo a respiração e atenta ao vapor de água que com ela saía.
Outros corredores passavam no seu ritmo, mas não os registava na minha mente porque estava absorta com os meus pensamentos. Aqueles matutanços nocturnos não me visitavam há um mês e sentia a cabeça limpa de cogitações. Pensava nos recados que teria que cumprir até o dia terminar, pensava no almoço que tinha marcado com um cliente, pensava no trivial. A vida fluía com leveza desde aquela última tempestade que me entrou pela casa. Os dias tinham passado, desde então, com uma luminosidade fugidia e cambiante nos tons neutros.
Do meu Peregrino nem notícia. Mas não me ralei mais, pois dediquei-me à escrita do meu novo guião a partir da última linha traçada do antigo.
Enquanto aligeirava o passo, via os pilares da ponte, fortes bases cinzentas de betão, aproximarem-se. Ao passar por debaixo daquele gigante que se erguia a dezenas de metros de altura, senti a euforia de ter passado para o lado de lá duma fronteira, como se de um marco se tratasse. É certo que tal convicção só aparecia na minha imaginação, pois o mundo rodava como sempre rodou.
Já me encontrava longe do local de partida e a Ponte tinha ficado quatro quilómetros para trás e resolvi dar a volta para retornar. Quando cheguei ao ponto de onde partira suava ofegante e o sol já ia alto com a manhã.




O dia passou-se veloz e sem grandes remates, por isso voltei para casa com a impressão de ter deixado algo inacabado, mas não lhe dei muita importância.
Ao entrar em casa tive a ligeira sensação de calor, como se temperatura tivesse aumentado e dei conta que mais alguém lá tinha estado. Com a garganta apertada percorri o caminho que me distanciava do escritório e encontrei-o arrumado, com a lareira acesa, como se o tempo não tivesse passado desde que o meu Peregrino se ausentara. Olhei em redor e não o vi. Corri pela casa chamando-o, e nada!
Perguntava-me porque teria ele aparecido para reacender a lareira e não esperara por mim. Estaria ele a troçar deste meu novo rumo? Estaria ele a tentar regressar, mas não conseguia encontrar o caminho de regresso? Muitas perguntas pontuavam o meu cérebro, sem resposta. Não tinha como resolver o mistério. Para já, sentia-me cansada e resolvi deitar-me sem jantar, estava ansiosa por me estender no sofá do escritório, agora com o seu ambiente de sempre, acolhedor e confortável.
Já descalça, encostei-me no sofá em frente da lareira e puxei a manta de caxemira para cima das pernas. Ao fazê-lo vi algo cair. Olhei para o chão e caída encontrei uma flor de alfazema…




segunda-feira, dezembro 05, 2005


Não imagino cenário mais infeliz do que aquele em que um bando de pessoas solitárias desdenham outro bando de pessoa solitárias apenas porque estão a confundir o calor humano com a luxúria mal governada das suas glândulas. Seria bem mais produtivo um longo e apertado abraço de grupo... Desculpem os leitores pela minha ironia, mas o mundo está demasiado fútil para o meu gosto, ou se calhar sou eu que já não pertenço ao meu corpo.
Na boa das verdades, ainda acredito em contos de fadas.