domingo, dezembro 06, 2009

Musica


A minha música não depende de afinações, ritmos ou harmonias.
A minha música ecoa numa sonoridade própria que reverbera em cada átomo do meu Ser.
Não preciso de ouvidos para sentir que, de cada terminação nervosa que em mim se encerra, soa a corda de um violino traçado pelas cerdas do seu arco. Num Glissando exuberante, sinto-me arrepiar quando expiro do ar os pequenos momentos que me dão profundo prazer.
Cada passo que dou, cada gesto que exibo, revela o andamento próprio das emoções que desejo revelar ou ocultar.
A minha música não é constante, insinua-se serpenteante, muitas vezes encetando num molto pianíssimo, evoluindo num crescendo que intervala do mezzo-piano ao molto fortíssimo. sucedendo em diminuendo ao seu inicio, quase inaudível.
Em dias mais exuberantes sinto rebentar cá dentro um sforzando tão súbito que se gera da força que reprimo de empurrar o meu destino onde sonho vê-lo.
Esta sonoridade não existe porque a procuro, mas porque é... apenas é!
CVA - Nov de 2009