segunda-feira, março 27, 2006


Modigliani , Amedeu

Elogio do Amor


"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível.

A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro.

Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.

Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.

Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.

O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.

Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.

Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração eque nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".

Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.

Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina.

O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.

O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém.

Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso - Expresso

quinta-feira, março 23, 2006

NÃO VOU ESCREVER


SÓ VIM AQUI PARA DIZER QUE HOJE NÃO ME APETECE ESCREVER!!!! E COMO NÃO ME APETECE ESCREVER, NADA ESCREVEREI, E NÃO INTERESSA O QUE POSSAM DIZER QUE EU NÃO MUDAREI DE IDEIAS. POR MAIS QUE QUEIRAM FAZER PARA ME CONVENCEREM A ESCREVER ALGO, FIQUEM DESDE JÁ CIENTES QUE NÃO IREI CONTRARIAR A MINHA VONTADE DE ESTAR SOSSEGADA NO MEU CANTO SEM NADA ESCREVER ACERCA DE NADA!!!!
PRONTO! ENTÃO AINDA BEM QUE PERCEBERAM!!!!
ERA O QUE FALTAVA AGORA, FAZER O QUE OS OUTROS QUEREM E NÃO O QUE ME APETECE!!!!

terça-feira, março 21, 2006

Primavera



Da escuridão, fui buscar a luz que ansiei nos dias cinzentos do Outono passado. Finalmente a Primavera regressa para mais uma estação de renovação e renascimento.

Continuo nesta busca que não cessa enquanto forças tiver para manter a esperança, aquela que guardo, só para mim, dentro da minha caixinha, junto com as pedras da lua que o meu Peregrino me presenteou um dia, para me recordar que os preserverantes recebem sempre a recompensa dos que por algo lutam.

Aguardo que esta estação me brinde com algo mais do que força para preserverar, pois nem só de força vive a alma humana... Anseio pelo calor que está para vir.

Não quero mais sonhos, preciso da sua materialização numa realidade... a minha!

quinta-feira, março 16, 2006

Killer


Hoje é um daqueles dias de inspiração subconsciente... vá-se lá saber o que quer isto dizer!!!!!
Com a lua cheia, o mais que pode acontecer são uns quantos uivos bem lançados à noite... AUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU

Será que terei resposta de algum monte vizinho???

segunda-feira, março 13, 2006

Perdoar o passado


Para viver bem o presente há que saber perdoar as falhas do passado.
Na boa das verdades, o perdão irrompe quando, da análise que fazemos do pretérito, deixamos de ter a ineficaz esperança de que poderíamos ter mudado a nossa vida se tivéssemos tomado resoluções diferentes.
Porque é certo e conhecido que, o passado no passado permanece, e em nada nos ajuda, a não ser que com ele possamos aprender… mas sempre para o futuro, e sempre abandonando os “ses” no sítio deles: nas frases que escrevemos, na oratória, mas nunca, nunca na nossa vida.
Se o perdão não é ateado, o presente não é experimentado, o futuro fica comprometido. Porque quem vive com os “ses”, vive com o passado debaixo do braço…

sábado, março 11, 2006

O filme do domingo passado


Não falhas com a verdade quando assumes que reflectes na mulher que foste és ou serás.
Não mentes ao admitir que gostarias que ele de ti se acercasse, e ali se quedasse, em ti, para sempre, na eterna felicidade inebriante dos enamorados.
Não te iludes quando reconheces que ele nem te enxerga duas vezes, ou uma vez até, como gostarias que ele o fizesse.
Sofres porque não acontece como no filme que viste no domingo passado… não te sentes heroína de guião algum, e ele não será o protagonista da tua trama. Nem as falas se assemelham sequer…
A voz embarga-se quando relatas os abraços que falharam, as carícias que ansiaste naquele momento, o que darias para te poderes perder no seu peito, no seu abraço, longe de tudo, jamais perto demais… dele. Os lábios que doridos ficaram por os dele não terem tocado…
A lágrima que rolou na tua face, apanhei-a na ponta do dedo e provei-lhe o sal do desencontro. Ficaram os sonhos nos olhos que brilham das outras lágrimas que não caíram, porque ainda te resta a derradeira esperança que o abrir do coração surja do nada, ou de algo que sabes que não dominas.
Não te iludes, não te mentes, mas acreditas que mereces viver e sentir a história do filme do domingo passado.
…E sabes que mais? – Eu também acho que mereces!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, março 08, 2006

Mulher

Não consigo deixar de sentir um imenso orgulho em pertencer ao género Feminino...
Feminile quero sentir-me, sempre, por fora e por dentro!!!!