quinta-feira, abril 05, 2007

Aquele meu recanto


Não é certamente a praia mais limpa do mundo.
E concerteza não terá o melhor areal, a água mais límpida ou mais quente...
Mas é o local ao qual eu regresso e sempre, mas sempre, me acolhe sem perguntas, sem exigências;
É onde me sinto resguardada e em família, sempre, com o seu doce ambiente dos espiritos que se reúnem em boa fé.
Mais uma vez tenho uma sensação de pertença num mundo que não é o meu, mas que passou a ser.
Obrigada S. Pedro....

terça-feira, abril 03, 2007

Renascimento


Que pare o tempo, que se afaste o espaço,
Que cessem as vozes e o voo das aves
Que murchem as flores do meu regaço.
Que se fechem as portas e se destruam as chaves.
Que se invertam ao futuro as recordações
Que se fechem as urnas e os caixões
Que aí se encerrem os ossos e os entraves.

Que se silenciem os pedidos
Dos brados que a minha alma alerta
Que roucos ficaram de se perderem, caídos,
Desistentes da jornada e da descoberta,
Num silencio de fome e de morte
Sem afago, nem cuidado, nem sorte
Da mágoa e da dor que neles aperta.

Que definhe o que sinto deste amor
No que jamais pretendi sentir
Do que sou, já deixei de ser por esta dor,
Que incessante não pára de me ferir.
Porque me enfraquece este teu desejar
É um egoísmo que se exige sem se amar
E que se adquire no engano e no fingir.

Que renasçam depois do tempo, as flores
Que morreram no meu regaço
Que se germinem os novos amores
Que reviva o domínio do meu abraço
Às mãos e aos olhos e lábios que beijarei
Do corpo e do espírito que amarei
Com os pedidos da minha alma no seu espaço.

2007-03-31