segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Equilibrio




Nem sempre o que aparenta desiquilibrio corre o risco de desabar.

Ao contrário, vem a provar futuramente que, ás vezes, as edificações mais surreais, são as mais duradouras... talvez porque se construíram, não com sonhos, mas apartir deles.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Viver não dói


"Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente connosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela, nossas mais profundas angústias se, ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nossa equipa perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional".
Carlos Drummond de Andrade

domingo, fevereiro 19, 2006

Um ciclo



O meu ciclo fecha-se em muitos sentidos, mas traz consigo lembranças de tempos idos e de novas sensações tão antigas.

Se mais prémios destes estarei fadada para saborear, OOOhhhh deuses, deixai-me viver!!!

sábado, fevereiro 18, 2006

Um destino

Envolvo-me na noite
Naquela de que foges, sem mim, acompanhado dos teus medos
Que meus não são, são os segredos
Dos falsos pressupostos da tua solidão
E assumes ritos que não desejo empreender
E sabes que gritar-me para te entender
Não serviria para demover
Os meus mais amplos receios
E já assim,
Me gritas de sentimento que vês morrer.

Mas eu deixei de procurar quem não encontro
Porque o teu nome gasto ficou de o gritar
E na minha alma afónica desejo bafejar
O suave murmúrio do teu sussurrar.
Pois cresces aqui, apesar de distante
E estou certa de ti, pois encontrar-te-ei, eu sei
Porque deste destino estou confiante.

Em breve saberás de mim…

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Enviem-me o Cupido



Anda por aí, solto pelas ruas, um garoto, quase nú (atentador de moralismos pudibundos),

de arco em riste, disparando flechas indiscriminadamente, qual semeador de sentimentalismos e romantismos...

Se o encontrarem, digam-lhe que se constipa, pois está frio e a primavera ainda vem longe; e ainda, que venha para as minhas bandas, que eu terei todo gosto de lhe servir de alvo...

S. Valentim dos amantes valentes


Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,

Que dous mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.

Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.

Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.

Porém, para cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa,
Aqui falta saber, engenho e arte.


Luis Vaz de Camões

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo que só vivia para brilhar.
Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir. Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada. No terceiro dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra: - Posso fazer três perguntas?- Podes, não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que te vou comer, podes perguntar. - Pertenço à tua cadeia alimentar?- Não.
- Fiz-te alguma coisa?- Não.
- Então porque é que me queres comer?- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!
E é assim, *Diariamente, tropeçamos em cobras! *

Ideias



O Caus instala-se sempre que perdemos o gosto em arrumar as ideias nos devidos compartimentos.
Não há, assim, maior desconforto do que as ideias à solta e em total desalinho...



segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Agostinho da Silva


“Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não são seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição, venha a pensar o mesmo que eu; mas, nessa altura, já o pensamento lhe pertence.
São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem”

(Agostinho da Silva, "Cartas a um jovem filósofo")

sexta-feira, fevereiro 10, 2006


Pois é!!!! É o que farei amanhã depois das 21:00...