segunda-feira, janeiro 30, 2006

Em Setúbal


E estas foram as imagens que o Nuno me enviou deste fenómeno, retiradas da sua janela, em Setúbal.
Se não tivesse sido notícia, ninguém acreditaria...!
Um dia, relatarei aos meus netos, este dia espectacular!

O que um bocadinho de neve não faz pelas pessoas...

domingo, janeiro 29, 2006

volvidos os 50 anos


Já de regresso, via orla costeira, presenciámos o terminus da tempestade com um céu a abrir já quase sem nuvens, permanecendo um vento frio que nos iría acompanhar até ao fim da nossa viagem.

Já na Serra de Sintra, apreciámos o que de melhor temos em Portugal: a sua beleza natural. E que o Tuga teima em destruir, mas que hoje, volvidos 50 anos desde o último nevão, resolve sair à rua, não para resmungar do mau tempo com o seu pessimismo habitual, mas para testemunhar o que a natureza lhe oferece com um ar de espanto estampado na cara, e com um sorriso gaiato a bailar nos lábios.

(Continuação)


Seguindo a neve, chegámos a Mafra, onde a paisagem já apresentava um manto branco como cobertura insólita da vegetação rasteira.



Parámos, como dois tontos que nunca haviam visto neve na vida, para tirar fotos e tentar, de algum modo, registar eternamente esta sensação de espanto. E assim nos juntámos aos restantes Tugas de beira de estrada.

Já gelados, entrámos no carro para seguirmos viagem, mas não sem antes parar para um lanche numa pastelaria Mafrense...

50 anos depois...

Um dia raro, estranho, surpreendente e divertido!
Não o posso descrever de outra forma.

Acordei com a voz da minha mãe a gritar:
" Está a nevar na Figueira da Foz, em Santarém e em Évora!!! "
Não podia acreditar!!! A tempestade polar que assolara a Europa no decorrer desta última semana havia chegado a Portugal, estendera-se por regiões improváveis e batia às portas dos Lisboetas.

De um pulo levantei-me da cama - nem preguicei com o frio, pois nem me dei conta dele com o entusiasmo - e fui arranjar-me para sair de casa, nela não ficaría, quando os elementos chamavam por mim, lá fora... Iria até ao Guincho acompanhada de outro "louco", o Jorge.

Quando ele apareceu à minha porta, chovia bastante e o vento cortava a pele, gelado, e corri para o abrigo do carro.
Arrancámos rumo ao nosso destino, alegres e bem dispostos. Ainda mal tínhamos avançado, dos céus fomos presenteados com flocos de neve. Rumamos à Serra de Montemor, local mais alto e com maior visibilidade deste tão raro temporal... Nem a janela podíamos abrir que o carro logo se enchia de neve, e o cenário à nossa volta tornava-se como nunca o havíamos visto.

Sempre deslumbrados com este presente dos céus, arrancámos, sempre seguindo o nevão, e verificando que, estes Tugas normalmente tão taciturnos com os elementos, paravam nas bermas das estradas, ora tirando fotografias, ora admirando este nevar tão improvável, tão único...
A região de Lisboa recebia uma tempestade de neve 50 anos depois!!!!

sábado, janeiro 28, 2006

...

... E de novo, oiço cantar, vejo sorrir, sinto o olhar... apenas!

Tenho o meu Peregrino de volta à minha vida. Sabem bem estes brindes do Realizador.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Horizonte


É verdade, tenho a noção que estou ainda muito longe de ti... talvez! Mas cada dia que passa aproximo-me de algum lugar, qualquer lugar.

Sinto os sentidos como fogo líquido, que nasce e desagua dentro de mim.

Nada disto parece fazer sentido, contudo, sei que me aproximo de ti, pois cresço rumando a ti... sejas tu quem fores... mais cedo do que tarde, estarás no meu horizonte.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Exoterismo Físico


Emoções espíritas empíricas
Corpos dilatados de deleite
Suspiros em suspensão
De cardio coração
Entidades benevolentes enfeite
Sexo, fazer amor em mímicas
Tabus desejados de tradição
Desejos de cartomancia
Suores de quiromancia
Iridologia de fixação
Enfim, tudo isto
Em nada passa de pura emoção.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Quase...


"Ainda pior que a convicção do não, a incerteza do talvez, é a desilusão de um "quase".
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir e o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão; para os fracassos, novas oportunidades; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu!!"

São estas as palavras sábias de Luis Fernando Veríssimo, que vieram
até mim via e-mail, mas que desejo partilhar com os largos de espírito...

Eu também detesto os "Quase"...

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Solidão

"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto...
SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma."

Chico Buarque

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Urso



Quem não tem o seu Urso fofo e maravilhoso? Eu posso dizer que a vida me brindou com um que se mantém presente e nunca hiberna. É doido por mel, sempre que pode ataca o pote das filhoses, dorme pouco e é a coisa mais teimosa que eu conheço. Contudo, tem sido a fonte do humor, da companhia, do carinho e da cumplicidade.
Beijo grande Urso Tonto...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Picos


Amanheceu mais um dia no qual a alvorada
favoreceu os picos húmidos da existência humana... vamos a ver se sabemos dar
conta deste recado.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

O Unicórnio

Era fim-de-semana e o frio do Inverno não tinha cessado. Não me apetecia sair de casa e a preguiça não facilitava a vontade de ordenar os papéis que se acumulavam na secretária do escritório.
Desde que o Peregrino voltara, a lareira não mais se apagara, mas ainda não tinha estado com ele. Sabia que ele estava por perto porque sentia o seu cheiro no ar e porque as chamas da lareira o denunciavam. Durante esta ausência não fiz mais tentativas de contacto porque sabia que ele viria quando achasse que devia, e a calma havia sido instalada na casa e na minha vida.
Nesse fim-de-semana, nem a preguiça, nem a televisão permitiam qualquer forma de entretenimento e assim, deitei-me na poltrona do escritório observando o mundo pela janela. Não havia muita actividade lá fora, só o castanho ondulante dos ramos das árvores remexidas pelo vento e um abelharuco ou outro entusiasmado em manter-se activo para enganar o frio.
Transpondo esta observação indolente adormeci. No meu sono fui arrebatada para um cenário luminoso em tons de azul e branco. Os meus passos não ecoavam porque não havia chão e os sons não se propagavam porque não havia céu. No entanto, era palpável a noção do espaço.
Esta foi a impressão inicial que trouxe comigo quando acordei do sonho, cinco horas depois, já era noite fechada. Ainda narcotizada pelo sonho, fiquei sentada, matutante no que não me conseguia recordar daquele sonho estranho, e ao mesmo tempo, tão familiar. Puxei pela recordação, e ela veio! A sensação conhecida que o sonho me trouxera, ao recordá-la fazia-se experimentar novamente… A minha visão do Unicórnio!!!!!!!!!!!
Depois desta estava habilitada para uma consulta com o Dr. Freud, decididamente!

*****


Desgraçados passarocos que não me largam o carro!!!!!!

Mesmo assim tenho sorte... podia ser o Dumbo...