terça-feira, maio 30, 2006

O abraço a medo


A lua entrou-lhe no sangue juntamente com ele. Quis fugir, saltar de si mesma e perder-se num mundo que não deseja ser desconhecido. Mas não sabe como, nunca o fez, sempre por medo de se entregar, de dar a foice a quem a poderia ferir. Porque ferida sempre foi!
A não deseja mais do que poder sentir o abraço dele, nas suas costas, e sentir aquela face encostada à sua nuca. E ali ficar, com ele, perdida em sensações, em sentimentos partilhados e sem medos.
Mas não sabe o que fazer com aquele extravasar de sensações que lhe corroem o espírito solitário... Um abraço, um carinho, um olhar... que angústia!!!!
"Que faço eu com este olhar que suplica por mais, sem dele querer?" - interroga-se.
Ele responde-lhe: "Não tens como controlar o que nunca teve qualquer amarra. Tudo segue vivo e sem atilhos ou nós, como um caudal de um rio que encheu após as chuvas da primavera."
Ela sabe que tudo renasce dentro deles, mas saberá vivê-lo?
Recorda-se o nada que aproveitou por medo que não durasse... não soube viver!

terça-feira, maio 23, 2006

Cheirar as rosas


Eu não abandonei este blogg, apenas fiz uma pausa para cheiras as rosas...
Já pensaste que os aromas que te chegam, em grande parte, são aqueles que desejas, bem lá no fundo, cheirar???
Agrada-me o cheiro da Primavera, da mesma forma que me agrada o cheiro da terra molhada das primeiras chuvas do Outono.
Hoje vou sentir os cheiros de maresia que o Atlântico reserva para mim ao anoitecer... Vou levar esta rosa comigo.
Até mais ver!!!

quarta-feira, maio 03, 2006

Exalar pedido


Exalo um pedido, um único pedido que me seja concedido... um daqueles que eu fiz ao tomar o meu primeiro banho de mar este ano.
Recordo-me que o meu Peregrino avançava pelas ondas comigo na sua mão. Recordo-me do frescor da água do mar, e da necessidade de fazer desta superstição mais uma realidade.
Fiz os meus três pedidos, como faço todos os anos, mas desta vez, senti o olhar quente do meu Forasteiro, o seu sorriso, e ouvi o seu canto. Este ano sei que um deles ser-me-á concedido.
Transpiro assim, a minha energia, no sentido de ver um dos meus desejos realizados, ao exalar este último pedido. Observo o meu Peregrino à procura de uma resposta, mas, como sempre, ele sabe algo que só saberei na devida altura. No entanto, suspira-me ao ouvido, que está na hora de edificar a felicidade, pois esta não passa de pequenos momentos alegres, e alguns menos felizes. O que importa é que os últimos sejam encarados com a recordação dos primeiros.