terça-feira, maio 30, 2006

O abraço a medo


A lua entrou-lhe no sangue juntamente com ele. Quis fugir, saltar de si mesma e perder-se num mundo que não deseja ser desconhecido. Mas não sabe como, nunca o fez, sempre por medo de se entregar, de dar a foice a quem a poderia ferir. Porque ferida sempre foi!
A não deseja mais do que poder sentir o abraço dele, nas suas costas, e sentir aquela face encostada à sua nuca. E ali ficar, com ele, perdida em sensações, em sentimentos partilhados e sem medos.
Mas não sabe o que fazer com aquele extravasar de sensações que lhe corroem o espírito solitário... Um abraço, um carinho, um olhar... que angústia!!!!
"Que faço eu com este olhar que suplica por mais, sem dele querer?" - interroga-se.
Ele responde-lhe: "Não tens como controlar o que nunca teve qualquer amarra. Tudo segue vivo e sem atilhos ou nós, como um caudal de um rio que encheu após as chuvas da primavera."
Ela sabe que tudo renasce dentro deles, mas saberá vivê-lo?
Recorda-se o nada que aproveitou por medo que não durasse... não soube viver!

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tudo se pode alterar na vida. Tudo renasce. Apenas a morte é irreversível. A vida é composta de medos e receios, o difícil é ultrapassa-los quando são impostos pela própria vivência. Um beijo muito fofo.

11/6/06 01:24  

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