domingo, junho 25, 2006

Nada

Hoje é um daqueles dias que Quero, mas não consigo.
Permito-me observar os que comigo interagem, sem me identificar, sem me incluir.
À partida excluo-me para não me envolver… que fazer! Nada!
Observo os exultantes que pulam e seguem em minha volta, e já cá não habito, não hoje, que permanece no Nada.
O vácuo desta existência configura-se de dia para dia mais enraizado neste espírito que ainda não desistiu, mas que se sente dormente por não sentir o que devia. Uma mão cheia de Nada, nada mais!
Hoje é um dia de Nada, com mais uma temida noite passada no vazio.
As noites com os seus monstros que me arrancam a pele e me sangram os pensamentos, deterioram a alma decepada de tantas lâminas aniquilar… já não se completa, já não se regenera. Que fazer? Nada! Nada a fazer por algo que já está feito.
Queria dormir para poder acordar no dia seguinte, ver alvorar, e saber que tudo se refez e que o Nada desapareceu.
É no alvorecer que eu me regenero, mas sem a noite, tudo fica em Nada, mais uma vez…
Queria sentir o benigno para esquecer o brutal. E nada me leva ao caminho que deveria seguir, não confio. Temo que, permanecendo me anule em quem não consigo mais ser… e assim não sou, deixei de Ser.
Todos os passos, todos os actos se conflituam em algo que se degenera, não o desejo, mas vejo-o acontecer, inútil, e sem nada poder fazer… Nada! Uma mão cheia de Nada é o que levo comigo sem querer fugir, mas de costas voltadas para o passado que teimo em deixar para trás… será que um dia ele lá permanecerá???
Na minha caixinha, junto das Pedras da Lua que o meu Peregrino me presenteou, fecho a esperança de querer deixar de reviver pretéritos… o presente do verbo ambiciono conjugar, mesmo que o tenha que fazer com uma mão cheia de Nada!
E esta noite que não passa…. Amanhã saberei de mim!

1 Comments:

Blogger Myu said...

cada vez melhor miga. jinx ;)

28/6/06 17:18  

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