quarta-feira, agosto 03, 2005

Os pós para os olhos dele

Os pós que ponho na cara, os cremes que barro no corpo…
Levanto-me já tarde, ás sete da tarde, quero-te falar, quero-te ver.
Lavo a pele, lavo-me da alma da noite anterior, do espírito que ficou e que não quis ter.
Ficaste em mim sem eu querer.

Saio para ti, só para ti
Vestida de púrpura, calçada de languidez
Com o apanhado no cabelo que caído ainda não desfez
E uma expressão de decidida na pálida tez.

Os trejeitos de mulher
Que de mim, em teus olhos se reflectem
São máscaras que com o sincero competem
Desejando que bons gestos lhe tratem.

Cláudia Vaz Antunes 03-08-2005